Olá Professor!
A sugestão de hoje é a leitura do texto abaixo. Ele é um trecho do
artigo “Educação Ambiental e Ecoturismo” da autora Rita Mendonça. Nele você irá
viajar numa reflexão sobre as posturas humanas frente à educação ambiental.
Boa leitura!
UM
NOVO SENTIR/PENSAR/OLHAR/AGIR?
Considerando-se as múltiplas facetas da questão
ambiental, é necessário revermos qual a verdadeira missão da educação
ambiental. Se ela veio para alimentar nossa esperança de construir um mundo novo,
mais harmônico e pacífico, ela precisa ajudar os indivíduos a compreender a
realidade em suas múltiplas dimensões, preparando-os para serem livres para
criar caminhos realmente novos.
Se ela surgiu como um dos instrumentos para viabilizar
um desenvolvimento sustentável, ela deve considerar que os problemas a ele
relativos “caracterizam-se, entre ouras coisas, por sua complexidade. Essa
complexidade deve ser transmitida e compreendida, ainda que isso não seja fácil
nem, necessariamente, agradável. A simplificação de problemas complexos, muito frequente
hoje em dia, não é apenas uma manobra fraudulenta na medida em que dá uma falsa
representação da realidade, mas também um ato de irresponsabilidade de parte
daqueles que compreendem os problemas (UNESCO, 1999)”.
Alguns caminhos amplamente adotados tais como ações
para a proteção das florestas, o reaproveitamento de materiais, economia de
matérias primas e energia, a reciclagem apesar de absolutamente fundamentais,
eles não são suficientes para engendrar os processos de profunda
transformação de que estamos precisando. Além destas, é necessário o
desenvolvimento de outras estratégias que ajudem as pessoas a irem além, a
pensar diferente, a modificar a estrutura de pensamento à qual estamos
condicionados, formatados. A desfazer a nebulosa barreira sujeito-objeto, sob a
qual estamos acostumados a nos relacionar com o mundo.
É evidente que, dada à complexidade das questões
humanas e se consideramos que nosso modo de vida atual levou alguns milênios
para se constituir, temos que aceitar que as mudanças deverão ser lentas e
gradativas. Elas são, de qualquer forma, inevitáveis.
Ao mesmo tempo, podemos pensar que somos
capazes de fazer muito mais do que temos feito. Ainda agimos condicionados a um mesmo modo de pensar, repetimos comportamentos
já existentes há mais de dois mil anos atrás.
Então, não seria essa a
verdadeira missão da EA? Encontrar os caminhos para levar os indivíduos a novas
maneiras de pensar? A livrarem-se de
seus condicionamentos familiares, históricos, culturais? Senão, como pensar uma
nova sociedade? Como sair desse círculo vicioso? Como solucionar os problemas
ambientais ou mesmo atenuar os seus efeitos? Einstein dizia que não podemos
resolver um problema permanecendo no mesmo nível de consciência em que o problema
foi gerado. Para tratar dos problemas ambientais temos que alcançar uma nova
perspectiva. “Para criarmos uma
sociedade sustentável precisamos de psiques sustentáveis” Mitchell Thomashow.
É interessante pensar que, ao ser proposto o termo
Educação Ambiental, o significado original da palavra Educação ficou perdido em
um tempo distante em que a palavra foi criada.
Do latin, educar vem de ex-duco, ou seja, conduzir para fora. O educador
é aquele que auxilia o educando a expressar seu interior no mundo em que vive.
Considera que o indivíduo não está vazio, mas contém em si a sabedoria do
mundo. Todo saber vem dessa expressão. Então educar já tem em si o componente
ambiental. Seria redundante uma educação ambiental, se os sistemas de ensino
não tivessem se esquecido de sua origem e de seus propósitos.
Cada ser humano é um microcosmo. Cada um pode realizar uma transformação integral. Se a EA tem indicado que a ação de cada um deve ser local e sua abrangência deve ser progressiva, no nível individual a transformação deve ser plena, abrangendo a totalidade do indivíduo, ou seja, as suas instâncias internas e externas, atuando em suas relações consigo mesmo, com os outros, e aí sim, com o mundo em que vive. A ideia de que cada um faz a sua parte fica insuficiente. A junção das partes não forma o todo que se deseja. É preciso uma atuação integral em cada um.
Cada ser humano é um microcosmo. Cada um pode realizar uma transformação integral. Se a EA tem indicado que a ação de cada um deve ser local e sua abrangência deve ser progressiva, no nível individual a transformação deve ser plena, abrangendo a totalidade do indivíduo, ou seja, as suas instâncias internas e externas, atuando em suas relações consigo mesmo, com os outros, e aí sim, com o mundo em que vive. A ideia de que cada um faz a sua parte fica insuficiente. A junção das partes não forma o todo que se deseja. É preciso uma atuação integral em cada um.
Ainda que possa parecer fantasioso, ousamos dizer
que as visitas à Natureza, dependendo de como forem conduzidas, têm o potencial
de atuar nesse nível em que, acreditamos, a educação deve se reportar: à busca
da apreensão do todo. Se o ecoturismo for sinônimo dessas visitas, de forma
organizada, então ele tem o potencial para realizar essa mudança!
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