segunda-feira, 17 de dezembro de 2012


Olá Professor!

A sugestão de hoje é a leitura do texto abaixo. Ele é um trecho do artigo “Educação Ambiental e Ecoturismo” da autora Rita Mendonça.  Nele você irá viajar numa reflexão sobre as posturas humanas frente à educação ambiental.
Boa leitura!




UM NOVO SENTIR/PENSAR/OLHAR/AGIR?

Considerando-se as múltiplas facetas da questão ambiental, é necessário revermos qual a verdadeira missão da educação ambiental. Se ela veio para alimentar nossa esperança de construir um mundo novo, mais harmônico e pacífico, ela precisa ajudar os indivíduos a compreender a realidade em suas múltiplas dimensões, preparando-os para serem livres para criar caminhos realmente novos.

Se ela surgiu como um dos instrumentos para viabilizar um desenvolvimento sustentável, ela deve considerar que os problemas a ele relativos “caracterizam-se, entre ouras coisas, por sua complexidade. Essa complexidade deve ser transmitida e compreendida, ainda que isso não seja fácil nem, necessariamente, agradável. A simplificação de problemas complexos, muito frequente hoje em dia, não é apenas uma manobra fraudulenta na medida em que dá uma falsa representação da realidade, mas também um ato de irresponsabilidade de parte daqueles que compreendem os problemas (UNESCO, 1999)”.

Alguns caminhos amplamente adotados tais como ações para a proteção das florestas, o reaproveitamento de materiais, economia de matérias primas e energia, a reciclagem apesar de absolutamente fundamentais, eles não são suficientes para engendrar os processos de profunda transformação de que estamos precisando. Além destas, é necessário o desenvolvimento de outras estratégias que ajudem as pessoas a irem além, a pensar diferente, a modificar a estrutura de pensamento à qual estamos condicionados, formatados. A desfazer a nebulosa barreira sujeito-objeto, sob a qual estamos acostumados a nos relacionar com o mundo.

É evidente que, dada à complexidade das questões humanas e se consideramos que nosso modo de vida atual levou alguns milênios para se constituir, temos que aceitar que as mudanças deverão ser lentas e gradativas. Elas são, de qualquer forma, inevitáveis.

Ao mesmo tempo, podemos pensar que somos capazes de fazer muito mais do que temos feito. Ainda agimos condicionados a um mesmo modo de pensar, repetimos comportamentos já existentes há mais de dois mil anos atrás.

Então, não seria essa a verdadeira missão da EA? Encontrar os caminhos para levar os indivíduos a novas maneiras de pensar? A livrarem-se de seus condicionamentos familiares, históricos, culturais? Senão, como pensar uma nova sociedade? Como sair desse círculo vicioso? Como solucionar os problemas ambientais ou mesmo atenuar os seus efeitos? Einstein dizia que não podemos resolver um problema permanecendo no mesmo nível de consciência em que o problema foi gerado. Para tratar dos problemas ambientais temos que alcançar uma nova perspectiva.  “Para criarmos uma sociedade sustentável precisamos de psiques sustentáveis” Mitchell Thomashow.

É interessante pensar que, ao ser proposto o termo Educação Ambiental, o significado original da palavra Educação ficou perdido em um tempo distante em que a palavra foi criada.  Do latin, educar vem de ex-duco, ou seja, conduzir para fora. O educador é aquele que auxilia o educando a expressar seu interior no mundo em que vive. Considera que o indivíduo não está vazio, mas contém em si a sabedoria do mundo. Todo saber vem dessa expressão. Então educar já tem em si o componente ambiental. Seria redundante uma educação ambiental, se os sistemas de ensino não tivessem se esquecido de sua origem e de seus propósitos. 

Cada ser humano é um microcosmo. Cada um pode realizar uma transformação integral. Se a EA tem indicado que a ação de cada um deve ser local e sua abrangência deve ser progressiva, no nível individual a transformação deve ser plena, abrangendo a totalidade do indivíduo, ou seja, as suas instâncias internas e externas, atuando em suas relações consigo mesmo, com os outros, e aí sim, com o mundo em que vive. A ideia de que cada um faz a sua parte fica insuficiente. A junção das partes não forma o todo que se deseja. É preciso uma atuação integral em cada um.

Ainda que possa parecer fantasioso, ousamos dizer que as visitas à Natureza, dependendo de como forem conduzidas, têm o potencial de atuar nesse nível em que, acreditamos, a educação deve se reportar: à busca da apreensão do todo. Se o ecoturismo for sinônimo dessas visitas, de forma organizada, então ele tem o potencial para realizar essa mudança!

O artigo completo encontra-se disponível em:


Nenhum comentário:

Postar um comentário