Sustentabilidade e Qualidade de Vida nos Espaços Escolares: Como?
Com o desenfreado
crescimento urbano, aumento da violência e tráfego de veículos nas cidades, as
áreas dos espaços escolares se tornaram locais considerados seguros e de suma
importância para o desenvolvimento educativo e cognitivo infantil, dando a
oportunidade para as atividades lúdicas, sociais e ambientais aflorarem e ocuparem seus
espaços no dia-a-dia de cada aluno.
A distribuição, formação
e conteúdo dos pátios escolares constituem uma alternativa eficaz no sentido de
tornar as escolas mais atrativas, trazendo a função de conectar o educando e
educador ao ambiente natural. Os espaços planejados, a criação de áreas verdes,
desde a horta, até jardins e praças, agregam condições de conforto e
principalmente servem como ferramenta imprescindível para o desenvolvimento da eco
alfabetização e da educação ambiental escolar, fazendo com que a escola cumpra
seu papel de gerar desenvolvimento e aprendizagem. Um pátio escolar oriundo de um
planejamento consciente aumenta a capacidade de concentração e motivação
cognitiva, acalma, cria uma necessidade de preocupação com o meio ambiente e,
principalmente, traz qualidade de vida a todos os envolvidos.
A oficina realizada nos
Seminários Regionais de Educação, Sustentabilidade
e Qualidade de Vida nos Espaços Escolares: Como?, tenta resgatar estes
conceitos e mostrar a necessidade do educador trabalhar com seus alunos momentos
teórico-práticos voltados à ecologia e educação ambiental através do correto aproveitamento
das áreas escolares utilizando princípios pedagógicos sustentáveis. Lembrando
sempre que o design do pátio tem influência nas ações de interatividade,
culturais, socioambientais, psico-pedagógicas e na aprendizagem. Várias
técnicas para aproveitamento dos espaços escolares através da construção,
manutenção e aproveitamento de composteiras, hortas e áreas verdes são
apresentadas.
Com pequenas ações conseguimos grandes resultados, por exemplo, foi comprovado
cientificamente, que com a redução da incidência direta da energia solar e o
aumento da umidade relativa do ar, a arborização pode reduzir a temperatura em
até 5ºC; com a existência de vegetação ocorre a
redução dos raios solares, reduzindo o calor para os que ali passam e
melhorando o conforto térmico das residências. Estas, estabilizando sua
temperatura interna diminuem assim, a utilização da energia elétrica com
aparelhos que amenizam a temperatura. A arborização causa a diminuição da
temperatura e o aumento da umidade do ar, pois proporciona ao ambiente renovação
do oxigênio do ar e hidrata a atmosfera por meio dos processos da fotossíntese
e transpiração. Ou seja, com o plantio de espécies arbóreas conseguimos reduzir
o gasto de energia, devido ao conforto térmico que estes indivíduos nos
proporcionam.
Ainda podemos listar inúmeros benefícios como: diminuição da
poluição através da preservação do ambiente urbano (ruas arborizadas possuem
25% a menos de poeira suspensa na atmosfera do que em ruas não arborizadas),
dos cursos d’água, solos e ar, preservação da biodiversidade, conforto acústico
e valorização imobiliária. A vegetação bem planejada é um dos elementos
que mais colabora para melhorar a qualidade dos espaços, agregando valores
estéticos e melhorando suas condições de conforto e, ainda, servindo como uma
ferramenta imprescindível de apoio ao incentivo da educação ambiental. Quando construímos uma composteira e/ou horta,
aproveitamos todos os insumos, que formariam uma grande quantidade de lixo orgânico,
para a produção de adubo orgânico o qual pode ser utilizado nas próprias áreas
verdes e na horta escolar.
Os participantes saem incentivados
e com ideias de como construírem em suas escolas, de acordo com as condições
físico-sociais de cada uma, suas hortas e suas composteiras e que tipo de
árvore deve ser plantada em seu pátio para exercer a função esperada, a qual seja:
produção de frutos, de sombra ou para simples ornamentação, mas sempre com a
principal função, a ecológica.
Liseane Santos
Rocha Cortez
CRBio 25376 03D
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