Olá, educadores!
Nosso primeiro post do ano fala da curiosidade e do interesse pela ciência. Um novo olhar sobre as coisas pode render muitos frutos. Confira!
Que perguntas você têm em mente?
No início do ano passado li um artigo
que me fascinou. Crianças de 8 a 10 anos de uma escola da Inglaterra fizeram
uma descoberta científica sobre o comportamento de abelhas.
Descobertas científicas parecem algo
que somente senhores de cabelos brancos, óculos com espessas lentes e jalecos
conseguissem fazer depois de passar horas, dias ou até meses dentro de
laboratórios mexendo em equipamentos sofisticadíssimos. Contudo, crianças de 8
a 10 anos conseguiram fazer utilizando papel, alguns desenhos coloridos e água
com açúcar. Claro que esses alunos tiveram orientação de professores, mas o
mérito também foi em grande parte deles, afinal de contas foram os alunos que
observaram o comportamento das abelhas.
E o que esse jovens cientistas
descobriram? As abelhas utilizam uma combinação de padrões de cor e formas para
saber quais flores possuem néctar, algo que até então nenhum senhor de cabelos
brancos, óculos e jaleco havia descoberto. As crianças mesmo citam que acabaram
por descobrir também que “a ciência é interessante e divertida porque você
começa a fazer coisas que ninguém jamais fez antes”.
Por trás desse artigo, está uma
pesquisadora que tinha por base a ideia de que a ciência é como um jogo no qual
as regras permitem que se observem padrões os quais acabam por ampliar a
compreensão da natureza. O ensino desta forma torna os alunos mais ativos,
conscientes, críticos, intuitivos, com melhores capacidades para elaborar
perguntas, enfim, muitas e muitas qualidades apreciáveis.
E, logo após ler o artigo e me
maravilhar com crianças cientistas, eu me lembrei de um episódio dos Simpsons
em que Homer ataca de inventor, tentado criar tantas coisas uteis (ou nem
tanto) quanto o possível. Homer tinha se inspirado em Thomas Edison, que em
1879 havia criado a lâmpada e tantas outras coisas. Bom, o ponto em que eu
quero chegar é exatamente este: Se Homer conseguiu inventar coisas úteis e
novas (o martelo elétrico), não é necessário ser um gênio para se participar da
ciência.
A Astronomia é umas das áreas de
conhecimento que tem participações relevantes de amadores, apenas nos últimos
anos podemos citar a descoberta, em parceria com astrônomos amadores, de um
novo sistema solar, cuja descoberta foi publicada em uma revista de renome (Science). Um dos astrônomos amadores, Jenny McCormick, de Auckland da Nova
Zelândia, chegou a comentar o seguinte sobre o fato: “Como um astrônomo amador
que atua em seu jardim no fim do mundo com um pequeno telescópio, como
descrever verdadeiramente o fato de fazer parte de uma descoberta tão
importante e apaixonante? É fantástico!”
Tudo o que se precisa para fazer parte
desse mundo que aparenta ser restrito a poucas pessoas é um pouco de dedicação
e um olhar diferente sobre as coisas. Com um olhar diferente quero dizer
curiosidade, esse é um fator muito importante. Uma aluna certa vez me disse:
“…Hoje eu ‘fui no’ cinema e lembrei de ti quando vi a tela e a luz do projetor…
‘Tô’ vendo as coisas e vendo física em tudo”. Isso porque nós tínhamos estudado
sobre imagens em espelhos, reflexão e tudo o mais que envolve óptica
geométrica. A ideia por trás da ciência é exatamente essa, despertar a
curiosidade para que possamos olhar de perspectivas diferentes aquilo que
parece comum. O “grande lance” não é se ter boas respostas, mas se ter
excelente perguntas, é aí que tudo começa, é daí que vem isso que chamamos de
ciência. Quais as perguntas que você tem em mente sobre o mundo que o cerca?
Elaborado por Alex Soares Vieira
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